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Peter Behrens e a Bauhaus

  • Daniela Aisha Rabelo
  • 28 de nov. de 2017
  • 4 min de leitura

Este texto tem como objetivo abordar a possível influência de Peter Behrens na criação e desenvolvimento de princípios e metodologias de ensino da Bauhaus e sua influência para a posteridade.

Bauhaus

A Bauhaus ou Staatliches-Bauhaus foi uma escola de design, artes plásticas e arquitetura surgida na Alemanha na depressão após a Primeira Guerra Mundial.

A escola foi fundada por Walter Gropius, aprendiz de Peter Beherens, em 25 de abril de 1919 e sua intenção primária era fazer da Bauhaus uma academia de artes, sendo uma escola onde o design, a arquitetura e o artesanato principalmente, eram integrados, sendo todos considerados expressões artísticas unificadas.

BAUHAUS (casa da construção) é a inversão do termo HAUSBAU (construção da casa) e este neologismo, criado por Walter Gropius, se tornou o nome da escola. Gropius fazia referência à Bauhütte, loja ou centro das corporações de construtores na Idade Média. A Idade Média via na catedral uma união entre a vida e a arte e com a mesma proposta de Gropius em 1919, isto é, de divulgar boas novas.

A Bauhaus é considerada uma das maiores e mais importantes representações do que é chamado Modernismo no design e no campo das artes, sendo a primeira escola de design do mundo e influenciando toda a história das artes até os dias de hoje, disseminando o que atualmente é considerado natural: a combinação de beleza e funcionalidade.

Um pouco da trajetória de Behrens até seu contato com Walter Gropius

Em 1903 Behrens mudou-se para Düsseldorf onde se tornou diretor da Escola de Artes e Ofícios da cidade. Nessa escola haviam cursos preparatórios inovadores que antecediam o estudo de disciplinas específicas, como arquitetura, artes gráficas e projeto de interiores.

Peter Behrens tinha como objetivo voltar aos princípios intelectuais fundamentais de todo o trabalho de criação de formas, de tal modo que estes princípios se tornassem inerentes aos artistas quando estes fossem realizar as concepções de seus projetos, de modo espontâneo e intuitivo, e não obrigatoriamente pela mecânica das coisas ter que ser daquela forma.

Escola de Artes e Ofícios de Düsseldorf

Escola de Artes e Ofícios de Düsseldorf

Os alunos desenhavam e pintavam formas naturais utilizando diferentes materiais, técnicas e substratos, depois faziam estudos analíticos para explorar o movimento e o desenho lineares e estrutura geométrica.

Esses estudos introdutórios da Escola de Artes e Ofícios foram precursores do Curso Preliminar da Bauhaus, onde dois aprendizes de Behrens, Walter Gropius e Ludwig Mies van der Rohe, atuaram como diretores.

Composições com o uso do Grid

Composições com o uso do Grid

Walter Gropius e a Bauhaus

A Bauhaus tinha como princípio não somente propor uma nova estética, mas também promover uma mudança social com modernidade e inteligência de projetos e recursos.

Como fundador da Bauhaus, Gropius lutou para que a academia não fosse mais uma escola de arte e que a relação com a indústria e a sociedade se tornasse uma realidade acreditando que o processo de mecanização não seria uma forma de substituir o homem, mas sim de aliviá-lo de árduas tarefas.

“Assim foi fundada a Bauhaus. Seu escopo científico era concretizar uma arquitetura moderna que, como a natureza humana, abrangesse a vida em sua totalidade. Seu trabalho se concentrava principalmente naquilo que hoje se tornou uma necessidade imperativa, ou seja impedir a escravização do homem pela máquina, preservando da anarquia mecânica o produto de massa e o lar, insuflando-lhes novamente sentido prático e vida. Isto significa o desenvolvimento de objetos e construções projetados expressamente para a produção industrial. Nosso alvo era o de eliminar as desvantagens da máquina, sem sacrificar nenhuma de suas vantagens reais" (GROPIUS; WALTER, 2001, p. 30)

Em síntese, a Bauhaus nasceu, mudou muito, foi fechada, reabriu e continua ditando tendências e propondo um design que é quase considerado "atemporal" até os dias de hoje.

A escola com suas metodologias e filosofia propôs mudanças em conceitos sociais através da arquitetura, arte e funcionalismo de suas obras, sempre prezando pela inovação e ousadia, sendo as duas principais metas da Bauhaus:

“Por um lado deveria atingir, pela integração de todas as artes e manufaturas debaixo do primado da arquitetura, uma nova síntese estética. Por outro deveria atingir, pela execução de produção estética, as necessidades das camadas mais amplas da população, obtendo uma síntese social (BÜRDEK, 2010, p. 33)

Gropius acreditou que as idéias da Bauhaus não foram mais exploradas devido à lentidão da natureza humana em relação às mudanças, e registrou, por fim:

“creio, todavia, poder afirmar sem exagero que a comunidade da Bauhaus contribuiu, pela inteireza de sua tentativa, para ancorar novamente a arquitetura e o design contemporâneos no domínio social." (GROPIUS; WALTER, 1975, p. 44)

Desfecho

Visto a importância da Bauhaus em seu tempo, na história da arte, arquitetura e design, bem como na atualidade e no futuro, questionasse: Será que sem a influência de Behrens sobre o fundador e diretores da Bauhaus ela teria se tornado uma escola de peso tão forte e importante para tantas gerações a sua frente?

Será que a Bauhaus teria sequer existido se Gropius e Ludwig Mies van der Rohe não tivessem cruzado seus caminhos com Peter Behrens?

Até que ponto Behrens influenciou na criação e nos ideais da escola?

Quais as ideias de Behrens foram mais aproveitadas e introduzidas em sua na filosofia?

Talvez estes questionamentos não tenham respostas concretas, mas são de fato questões a serem pensadas a respeito da história de Peter Behrens e da Bauhaus, pois elas podem estar mais interligadas do que se imagina.

 
 
 

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