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Peter Behrens e a tipografia

  • Cleyson Mota
  • 6 de nov. de 2017
  • 3 min de leitura

Peter Behrens tem seu prestígio estabelecido sobretudo graças a sua grande contribuição de no ramo da arquitetura desde o início do ideário modernista, haja vista que a fábrica de turbinas AEG (localizada em Berlim) onde ocupava o cargo de consultor artístico e foi responsável pelo desenvolvimento de diversos trabalhos é de forma frequente citada em relatos referentes a esfera da arquitetura moderna.



Logotipo da AEG, empresa para qual Behrens prestou serviços

no design de aparelhos, comunicação visual e gráfica.


Apesar de obter bastante destaque no ramo da arquitetura, Behrens atuou também nos mais diversos campos do design, como no desenvolvimento de peças mobiliárias, comunicação visual e gráfica, além do desenho de tipografia.


O arquiteto e designer alemão tinha em mente que, logo após a arquitetura, a tipografia era responsável por retratar de maneira mais característica certo período e testemunhar de modo mais forte o progresso espiritual e desenvolvimento de um povo. Em 1900, desenvolveu seu livreto de 25 páginas: "Feste des Lebens und der Kunst: eine Betrachtung des Theaters als Höchsten Kultursymbol (celebração da vida e da arte: uma consideração do teatro como símbolo mais alto de uma cultura), todo como tipo sem serifa. A arte e design alemão estavam em sentido de urgência, junto com o novo século que se aproximava era necessária a criação de novas formas para uma nova era e uma reforma tipográfica era um dos principais interesses de Peter Behrens.


Fonte desenvolvida por Peter Behrens, a Behrens-Schrift (1902)

Capa do livreto de Peter Behrens:

Feste des Lebens und der kunst: Eine betrachtung des theaters als höchsten kultursymbols (1900)

No que diz respeito ao campo tipográfico, Peter se notabilizou através do desenho de dois tipos de letras, fontes caracterizadas por expressarem graficamente o processo de transição que ocorria a época (1902). Ambas as fontes levam o nome de seu desenvolvedor: Behrens- Schrift e Behrens-Antiqua. A classificação desses tipos se adequa como uma romana germanizada. (tipografos.net)


Fonte desenvolvida por Peter Behrens, a Behrens-Schrift (1902)

Fonte desenvolvida por Peter Behrens, a Behrens-Schrift (1902)

Para conseguir a combinação desejada das letras romanas com as formas da Fraktur, Peter Behrens fez uso dos estilos da Arte Nova para obtenção de uma nova versão, mais modernizada dos desenhos tradicionais da Fraktur.



Tipografias estilo Fraktur, modernizadas por Behrens na criação da Behrens-Schrift

Tipografias estilo Fraktur, modernizadas por Behrens na criação da Behrens-Schrift

"Alguns especialistas em tipografia ficaram indignados com o Behrensschrift, mas suas serifas com traços de penae sua clareza estabeleciam uma diferença marcante em relação à densa letra gótica e aos tipos floreados do art nouveau tão usados na Alemanha na época, o que fez dele um retumbante sucesso tanto na composição de livros como nos impressos comerciais." (MEGGS, 2009 Pág. 301)

A relevância nesse trabalho de Peter Behrens está no fato de que tal combinação entre estilos por ele realizada no momento era algo revolucionário e inovador. Cansado do cisma da cultura tipográfica alemã que afirmava que todos os textos alemães necessariamente deveriam ser compostos unicamente por tipos de elementos Fraktur, Peter e outros designers desenvolveram as chamadas fontes híbridas, combinando estética das Romanas ao ritmo da Fraktur.


O sucesso da fonte Behrens-Schrift não demorou. Logo no ano de 1904, foi considerada a fonte oficial alemã para as exposições internacionais. A descrição da tipografia pelo próprio Peter Behrens é representada pela técnica de escrita gótica, fazendo uso do traçado com penas de aves e, com finalidade de adquirir a fonte características ligadas a cultura alemã, o uso de altura, largura e grossistas proporcionais ao traço das letras góticas, mantendo rigorosamente a construção imposta pela inclinação da pena de ave segurada em posição diagonal, sendo deixado de lado qualquer elemento supérfluo no tipo.


O esforço de Peter Behrens tinha como principal fim conseguir a expressão da modernidade e a era da produção industrial no trabalho de design e suas realizações são consideradas atualmente como a primeira instância da imagem corporativa, sendo evidenciado, desse modo, o grau de pioneirismo na figura emblemática de Behrens no que diz respeito a área do desenho de tipos inovadores, como as fontes de estilo híbrido e seu uso.

 
 
 

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